Nunca é cedo para entender que é possível participar – mesmo em pequenas ações – da construção de um mundo melhor. Uma nova geração de jovens chegou para mostrar que nem só de vestibular e redes sociais vive este grupo. Muitos adolescentes estão preocupados com importantes questões que afetam a vida coletiva e o futuro. Mais que inquietação, sentem que podem ajudar a mudar o horizonte que compartilhamos. Confira algumas jovens mentes que estão ajudando a desenvolver soluções para problemas sociais, ambientais e econômicos e se destacam por feitos na ciência, saúde e nas esferas de discussão internacionais.
1. Malala Yousafzai
A paquistanesa, hoje com 26 anos, tornou-se a pessoa mais jovem a ganhar o Prêmio Nobel da Paz, em 2014, com apenas 17 anos. Muito antes, aos 11, começou um diário (assinado sob o pseudônimo de Gul Makai) para denunciar o abuso do regime Talibã (que vigora no país) em relação ao acesso de meninas e mulheres à educação. Seus escritos viralizaram na internet e rapidamente se tornaram pauta de discussões internacionais. A ação teve consequências. A jovem sofreu um atentado enquanto viajava em um ônibus escolar. Ainda assim, continuou defendendo suas causas e recebeu asilo político na Inglaterra. Hoje, formada pela Universidade de Oxford, Malala segue lutando pelo direito à educação universal, principalmente para meninas que, em seu país, são proibidas de ir à escola.
2. Greta Thunberg
A adolescente sueca, nascida em 2003 em Estocolmo, é uma das principais jovens a defender ações concretas contra as mudanças climáticas. Eleita a “pessoa do ano” pela revista Time, em 2019, é criadora e líder do movimento “Fridays for Future” (que propõe algumas paralisações escolares para reflexão a respeito do tema). Em agosto de 2018, Greta faltou à escola para sentar-se com um cartaz na frente do Parlamento Sueco e protestar a respeito de ações que, a longo prazo, tornarão a vida inviável no planeta. Esta não foi uma manifestação solitária. A ela se juntaram, depois, mais de um milhão de crianças e adolescentes, de 100 diferentes países, protagonizando pedidos semelhantes. A jovem também discursou de forma marcante na Conferência das Nações Unidas pelas Mudanças Climáticas, momento em que cobrou atitudes de governos e empresas a fim de barrar o avanço das transformações no clima. Greta está entre possíveis indicações para o Prêmio Nobel da Paz.
3. Jack Andraka
Inventor, cientista e pesquisador norte-americano, Jack Andraka desenvolveu, aos 15 anos, um método eficaz de diagnosticar alguns tipos de câncer. Depois de perder um familiar para a doença, o jovem (hoje com 26 anos), iniciou pesquisas na internet para descobrir como seria possível realizar diagnósticos de forma mais barata e rápida. Em 2012, Jack ganhou o Prêmio Gordon E. Moore, oferecido pela “Feira de Ciência e Engenharia da Intel”. A partir de sua primeira invenção premiada, foi capaz de desenvolver um mecanismo barato, eficaz e menos invasivo (que os até então existentes) para a detecção precoce do câncer de ovário, pâncreas e pulmão. Nestes casos, quando a doença é descoberta ainda em estágios iniciais as taxas de sobrevivência são mais altas.
4. Rene Silva
O brasileiro Rene Silva é conhecido por fundar um pequeno jornal comunitário chamado “Voz das Comunidades”. A iniciativa do jovem aconteceu quando tinha apenas 11 anos e ainda frequentava a escola fundamental (2010). Aos 16 anos, quando a favela em que morava sofreu com confrontos nacionalmente reportados entre a polícia e o narcotráfico, o jovem utilizou o Twitter para relatar os acontecimentos, passo a passo, aos internautas. Desde então, passou a noticiar ao Brasil e ao mundo fatos sobre as comunidades periféricas da qual faz parte. Em 2018, aos 24 anos, foi premiado pela organização Mipad (de Nova York) como uma das pessoas negras mais influentes do mundo. Também foi convidado (em 2015 e 2018) para palestrar a respeito de suas experiências na série de encontros abertos organizados pela ONG TED Talks.
Defender oportunidades escolares, melhorias climáticas, condições de saúde a preços acessíveis frente ao mundo parecem grandes conquistas para pessoas tão jovens. Mas nunca é demais lembrar que cada uma destas iniciativas – capazes de produzir sensibilização e engajamento de grande número de pessoas – começou com uma pequena e particular inquietude. Para mudar o mundo não é preciso ambicionar grandes ações, mas olhar ao redor e perceber as pequenas coisas que poderiam tornar nosso entorno mais saudável e feliz. Pequenos passos podem promover grandes mudanças. Que tal se inspirar nestas histórias para iniciar ações de transformação simples em sua comunidade? Fica a dica!