Você sabia que 70% da superfície terrestre está coberta de água? Ainda assim, os oceanos continuam como lugares de grande mistério e a maior parte da vida marinha não foi mapeada. Embora nos mares viva uma enorme variedade de animais, apenas um terço desta diversidade é conhecida pelos homens. Na beleza destas águas, no entanto, habitam espécies com formas peculiares de se organizar e se relacionar. Quem nunca ouviu que se pode aprender muito observando a natureza? Com os habitantes das águas não é diferente. Grandes lições de convívio e interação podem ser aprendidas na observação da vida marinha. Quer conferir?
1. Coletividade e cooperação
Já ouviu falar do “peixe-palhaço”? Quem sabe, para você ele é conhecido como “Nemo”. Estes peixinhos alaranjados, marcados com uma faixa branca na vertical, são excelentes exemplos de cooperação e vida comunitária. A espécie costuma partilhar o espaço de existência com as famosas anêmonas. O peixe-palhaço e a anêmona coabitam em uma relação chamada de “protocooperação”. Neste caso, duas espécies diferentes se juntam, compartilhando vantagens de suas peculiaridades na construção de uma vida melhor. Embora as anêmonas sejam venenosas, o peixe-palhaço é recoberto por uma película mucosa que o protege das substâncias tóxicas de suas companheiras.
Por outro lado, com sua cor brilhante, os graciosos peixinhos atraem variadas presas que servem de alimento para as anêmonas. Em benefício, são protegidos de outros predadores, exatamente por causa do veneno que elas possuem e dos tentáculos longos capazes de paralisar inimigos. Ainda que sejam muito diferentes, as duas espécies não tem qualquer dificuldade em conviver, aceitar as singularidades do outro e colaborar para que o ambiente de coexistência seja seguro e abundante. Viver em cooperação e aceitação do próximo não é uma ótima forma de construir um espaço feliz? Sem dúvida esta é uma boa lição a ser aprendida pelos humanos.
2. Adaptabilidade, força e companheirismo
Todo mundo já viu, mesmo que somente em fotos, o interessante cavalo-marinho. Seu nome vem da aparência, que remete aos cavalos terrestres. Por outro lado, ele é conhecido como o camaleão dos mares. Tem habilidade de mudar de cor e simular texturas quando imerso em diferentes ambientes. Cavalos-marinhos também são monogâmicos, passam toda a vida com um mesmo companheiro, adaptando-se às variadas situações e obstáculos dos mares para proteger um ao outro e aos filhotes. Estes animais, além de adaptar-se visualmente ao ambiente, também são extremamente flexíveis, podendo suportar intensas cargas. O comportamento desta espécie pode ensinar importantes coisas ao homem. Ser capaz de encarar os desafios, adaptando-se aos ambientes, não é uma boa lição para a vida? Da mesma forma, encontrar apoio e companheirismo, dividindo as cargas e preocupações, ainda que os fardos sejam terríveis, também é um ótimo comportamento a aprender.
3. Exemplo, proteção e igualdade
Você sabia que as baleias ensinam tudo sobre tradições culturais e comportamentos familiares para seus filhotes? Durante a primeira infância, os bebês-baleias vivem intimamente ligados a suas mães. Este é um período de ensinamento. Aprendem a conviver, a buscar comida, a encontrar lugares seguros e a amar os companheiros do grupo. As baleias matriarcas são muito ciosas de sua responsabilidade enquanto preservadoras dos modos de vida e investem largo tempo nas novas gerações. Ensinam sobre amor, proteção e ética pelo exemplo. Outra coisa interessante é que os filhotes aprendem o “baleiês” com as próprias mães. Estudiosos descobriram que cada espécie tem sua própria linguagem passada de geração em geração. Além disso, algumas espécies vivem em comunidades cooperativas. Isto significa que ao tomar uma decisão, todos do grupo têm voz ativa e podem opinar sobre o que será feito no caso. Estas não são maravilhosas lições que podemos incorporar no nosso dia a dia entre humanos? A beleza e inteligência da criação divina são sempre surpreendentes.
4. Pinguins: um caso especial
Embora os pinguins não vivam exclusivamente no mar, são considerados aves marinhas. Assim como o homem, vivem em comunidades que se assemelham a cidades: as colônias. Nestes lugares, aprendem a cuidar um dos outros e a unirem-se em busca de comida. Os mais velhos se responsabilizam pelos mais novos, e cada família seleciona um membro que sairá em grupos de caça. Estas aves separam-se em agrupamentos familiares pequenos (como os humanos), mas estes grupos convivem em uma grande comunidade. Pinguins trabalham muito, mas preocupam-se em ter tempo de lazer, equilibrando suas demandas. Eles também são conhecidos por forjar relações profundas de amizade e amor, além de optarem por resolver os problemas se comunicando. Expressam suas emoções abertamente, inclusive, “gritando” seu amor um pelo outro.
Os pais cuidam dos filhotes durante toda a vida, ainda que estes filhos já tenham suas próprias famílias. E para tornar esta lista de características ainda mais interessante, pinguins costumam tomar banhos regulares, preocupando-se muito com a higiene. Para terminar, são criaturas muito persistentes e resilientes. Apesar de suas diminutas pernas/pés e a lentidão com que caminham na terra, são capazes de viajar imensas distâncias em busca de suprimentos ou áreas de proteção para a comunidade. Estas aves representam um caso especial na natureza, não é mesmo? E mais, são capazes de ensinar, com seu estilo de vida, coisas maravilhosas ao homem. Saber comunicar-se, preocupar-se com o outro, viver bem em comunidade, persistir mesmo com terríveis dificuldades, equilibrar trabalho e lazer. Aprender com os pinguins pode mudar nossa perspectiva de vida.
Estes não são dignos exemplos que podem ser inseridos em nossas rotinas? Observar a natureza é um excelente exercício de aprendizado. Na interação das (e com as) variadas espécies, é possível encontrar formas mais saudáveis, eficientes e amorosas de conviver e compartilhar. Fica a dica!